Para esmagadora maioria dos moçambicanos, 2022 será um ano para esquecer. A deterioração do poder de compra das famílias causado pelos elevados preços de bens alimentares e de transporte e o descontentamento gerado pela implementação da TSU destacam-se como os factores que mais penalizaram milhões de moçambicanos.
As estimativas iniciais apontavam 2022 como um ano de consolidação do processo de recuperação económica e melhoria das condições de vida dos moçambicanos, depois da recessão causada pela pandemia da COVID-19 em 2020. Hoje, com o ano prestes a findar, devido a uma combinação de factores, tanto domésticos quanto internacionais, o optimismo inicial descarrilou e a imagem de 2022 presente na mente dos moçambicanos gira à volta do elevado custo de vida e deterioração das suas condições de vida. E, no caso dos funcionários e agentes do Estado, as dores de cabeça resultaram também da implementação atabalhoada da Tabela Salarial Única (TSU).